Eu olhava com coragem e uma leve ternura uma tristeza sólida
Em estado de si mesmo e de uma vontade de ser uma outra substancia e despedaçar-se pelo ar
Escorria uma lagrima devagar
Uma rocha que começava seu tempo suar
Ardia um clima naquela expressão vagarosa
Eu contemplava a obra de uma força espantosa e percebia a violência que tanta beleza lenta se usa
É uma rocha e é incrível que se pareça uma mulher
Beleza rústica lapidada no tempo e ali encravada
Seu rosto fresco e sereno;
Seus membros fortes, músculos tão rochosos;
Seus pés quase de um animal em uma eterna vitalidade de roça
Ela é uma lavadeira que resmunga uma melodia chorosa de menina
Que em mim em meu mais duro produz obra prima
Na sua curva dura o mineral escorria
O silencio minha companhia
-Ela é um altar em rocha
Uma pequenina expressão liquida escorria como um orvalho de rosa
Se o que via fosse para os ouvidos, nenhum instrumento produziria tão bela nota.
Admiro tanta sede de ser gota só para viver um pouco mais fora
E morrer de ser rocha como um mineral chorado
E me da de presente ponta de dedo molhado
Com esse grande bloco me deparo e fico diante disso:
Tão humano, tão fraco, tão entusiasmado.
lipão/fê escreveu às
11:29:00 PM -